Diário Mágico ou Diário Terapêutico?

 E se forem a mesma coisa?

Spoiler: não importa se você escreve pra se entender ou pra manifestar. No fim das contas, é tudo sobre entrar em contato com você mesma — sem filtros, sem glamour, sem precisar agradar guru nenhum.


📖 Por que a gente escreve?

Vamos começar do começo: escrever é um ato mágico por natureza. Você transforma pensamento em forma. Tira o invisível da mente e põe no mundo. Dá nome pro caos. Isso, por si só, já é feitiço.

Mas também é terapia.

Quantas vezes você não escreveu algo e só então percebeu que tava se sentindo mal? Ou que tava se enganando? Ou que tava mentindo pra você mesma com aquele "tá tudo bem"?

Pois é.


🔮 Qual a diferença entre um Diário Mágico e um Diário Terapêutico?

→ Diário Mágico
É onde você anota:

  • Rituais

  • Intenções de lua nova

  • Tiragens de tarô

  • Símbolos recorrentes em sonhos

  • Frases canalizadas ou insights “do além”

  • Sensações energéticas

→ Diário Terapêutico
É onde você anota:

  • Seus gatilhos emocionais

  • Reflexões sobre padrões de comportamento

  • Diálogos internos

  • Coisas que queria ter dito (mas não disse)

  • Medos, raivas, crises existenciais

Mas olha só: os dois têm o mesmo objetivo: te devolver pra você mesma.


🧠 Jung já falava disso...

Carl Jung (sim, aquele da psicologia analítica) falava que os símbolos e arquétipos são formas do inconsciente se comunicar. Então se você escreve sobre o símbolo que apareceu num sonho ou anota o arcano que mais saiu nas últimas semanas… você tá fazendo psicologia arquetípica na prática.

Sem precisar ser psicóloga.

Sem precisar acreditar em nada sobrenatural.


🌿 Como transformar seu diário num portal entre mundos

Aqui vai um passo a passo prático, pra você usar o journaling como ferramenta mística e terapêutica ao mesmo tempo:

1. Crie um espaço simbólico

Não precisa ser altar. Pode ser só uma vela acesa. Um incenso. Um cristal que represente você hoje.

Isso já muda o clima e ativa um estado de presença.

2. Comece escrevendo “em carne viva”

Nada de florear. Comece com frases tipo:

  • “Hoje acordei com raiva e não sei por quê.”

  • “Tô me sentindo invisível de novo. O que isso me lembra?”

  • “Não consigo parar de pensar naquilo que ela disse…”

Isso é limpeza emocional. É tirar o lixo mental da frente.

3. Puxe um símbolo

Pode ser uma carta, uma palavra que surgir na cabeça, ou um desenho automático. O que esse símbolo diz sobre seu estado interno?

Isso ativa o lado mágico/arquetípico da coisa.

4. Associe os dois mundos

Exemplo:
Você escreve “estou exausta de sempre agradar todo mundo” e depois tira a carta da Imperatriz.
→ A Imperatriz curte nutrir, mas quando ferida, se doa até se esgotar. Pronto: conexão feita.

5. Feche com uma intenção

Tipo:

  • “Hoje, escolho me proteger emocionalmente.”

  • “Minha voz importa. Eu me escuto.”

  • “O silêncio é meu amuleto.”


✨ Dica bônus: nomes de seções pro seu diário

Pra organizar melhor (e deixar mais sua cara):

  • 🌗 Ciclo da Lua – como você tá se sentindo em cada fase lunar

  • 🔥 Chamas internas – raivas, desejos e obsessões

  • 💧 Rastro do dia – resumo sincero do que viveu

  • 🌱 Vislumbres do invisível – sonhos, visões, sincronicidades

  • 🕯️ Rituais feitos ou planejados

  • 📌 Frases que doeram / frases que curaram


🧷 Em resumo:

Journaling é uma ponte.
Entre o que você sente e o que você finge.
Entre o que você quer e o que você aceita.
Entre a mulher que você é… e a que você ainda tá parindo.

Se vai chamar de diário mágico, diário de bruxa, caderno das sombras ou só um caderno velho com folha rasurada, voce que sabe. O que importa é que ele te conecta com a sua alma.


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