O Feminismo de Redes Sociais: Palavras Versus Ações

Uma reflexão que me intriga profundamente diz respeito ao ativismo feminista nas redes sociais. É notável observar mulheres que frequentemente compartilham ou repostam mensagens, textos e imagens com teor feminista, mas que, infelizmente, não traduzem essas ideias em suas ações diárias. Acredito que muitos de nós conhecemos alguém que se encaixa nesse perfil. Pessoalmente, posso citar um exemplo vívido dessa situação.

Conheço uma pessoa que se destaca nesse cenário. Mantenho contato com ela há mais de uma década, e ao longo desse tempo, tenho sido testemunha de seu engajamento constante em discussões e debates feministas. No entanto, ao olhar para sua conduta na vida cotidiana, percebo uma desconexão alarmante. Ela continua, de certa forma, perpetuando os estereótipos de gênero e atitudes machistas que tanto critica.

Essa pessoa parece encontrar prazer em alimentar rivalidades entre mulheres, expressando hostilidade injustificada, principalmente em relação as mais jovens e que ela considera mais atraentes. Isso resulta em manifestações de ódio, machismo, desdém e, para piorar, devido à sua própria baixa autoestima, ela tenta elevar-se diminuindo essas outras mulheres. Frequentemente também vive proferindo frases sexistas e machistas, enquanto enaltece constantemente a figura masculina. Por exemplo, ela costuma dizer coisas como "Mulheres são falsas e fofoqueiras, homens não". No entanto, essa afirmação é, sem dúvida, uma generalização injusta. Eu, por exemplo, tive experiências acadêmicas e amizades com muitos homens ao longo da vida, e posso afirmar que essa visão estereotipada está longe de ser precisa. 

Uma pessoa que se autodeclara feminista, mas nutre hostilidade em relação a mulheres que ela percebe como ameaças à sua própria autoestima, enquanto, paradoxalmente, procura constantemente a aprovação dos homens à sua volta. Para ela, a aprovação masculina é a única prioridade, e o medo de que outras mulheres possam chamar mais atenção a atormenta.

O que torna essa situação ainda mais preocupante é a hipocrisia subjacente. Essa pessoa frequentemente compartilha postagens com mensagens como "Crie seus filhos para não tratarem suas esposas como empregadas domésticas". No entanto, ao examinarmos suas ações em relação aos filhos homens que ela criou, vemos um contraste gritante. Ela parece tê-los mimado durante toda a vida, agindo como uma serva que cozinhava, lavava, passava e cuidava de todas as suas necessidades (inclusive lavando as cuecas dos filhos), mesmo quando já eram adultos.

Essa conduta cria um ciclo prejudicial. Afinal, que tipo de parceira esses filhos vão procurar? Muitas vezes, é uma mulher que se assemelha à mãe servil que conhecem.

É incoerente posar como feminista e, ao mesmo tempo, demonstrar hostilidade em relação à nora quando um dos filhos se casa, baseada na percepção de que ela está roubando o pobre filho de você. Também é injustificável nutrir sentimentos negativos em relação à nora e cultivar rivalidades femininas, muitas vezes movidas pela inveja de sua juventude, beleza e sucesso profissional. Em alguns casos, até mesmo tentar silenciá-la e ignorar sua existência.

Portanto, não adianta apenas falar sobre igualdade de gênero; é crucial praticar o que pregamos. Não faz sentido promover o feminismo nas redes sociais, mas perpetuar estereótipos de gênero em nossa própria casa. Devemos ser autênticos em nossas ações e apoiar ativamente a mudança que almejamos ver no mundo.

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